segunda-feira, 29 de junho de 2009

PERIFERIA.COM - DIA 03/07 às 22:40




Periferia.com estreia sexta feira dia 03/07 às 22:40 na TV CULTURA - DOCTV IV, imperdivel...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Paragem do Tempo - DOCTV IV


Por: João Daniel Donadeli


As Minas do Camaquã, distrito mineiro do Rio Grande do Sul que já se constituiu na principal reserva de cobre conhecida do Sul do Brasil, é hoje um amontoado de ferragens e de ambientes desolados.

A extração do minério ali, que se deu por mais de cem anos, encerrou as atividades por “exaustão” das jazidas, provocando desarticulação econômica na região que tinha as minas como sua principal fonte de renda.

O documentário Paragem do Tempo, de Carolina Berger, selecionado na quarta edição do DOCTV, programa federal de incentivo à produção de documentários, se propõe a retratar, hoje, de forma poética e filosófica, o que foram os tempos áureos da atividade extrativista.

Sem recorrer a materiais historiográficos, Paragem do Tempo lança mão de apenas alguns personagens que ainda resistem ao tempo no vilarejo abandonado, para pontuar a história. Como sugere o próprio título, não é o retrato dos personagens a intenção primeira da diretora Carolina Berger e sim a percepção da estagnação do tempo, que se configura num personagem abstrato a nós sugerido pelas imagens e ritmo do filme.

O tempo, nesse documentário, é algo que transcende o âmbito das imagens e se revela paradoxalmente num antifluxo, para dar margem à parada do tempo, como se fôssemos induzidos a perceber espaço e tempo num único plano metafísico e atemporal.

As imagens captadas no interior das residências, os utensílios, o carro, a ausência de modernidade, tudo corrobora com a paragem do tempo e sustenta o argumento de que houve um lugar próspero em tempos idos.

Essa proposta de abrir mão do discurso verbal e da interação com os personagens, valendo-se de uma proposta audiovisual ensaística, convida o espectador a vivenciar o cotidiano dos moradores desse vilarejo adormecido no tempo.

Sons e ruídos das minas, como os constantes pingos d’água, são usados de forma autônoma e fragmentada, sem a preocupação com a sincronia; as poucas falas dos personagens são usadas quase como uma narração over, afastando-se de propostas mais convencionais.

Imagens em planos longos e fixos, bem fotografados pelo premiado diretor de fotografia Sylvestre Campe, são um dos pontos fortes do filme, tanto pela beleza das paisagens locais quanto pela sensibilidade dos enquadramentos.

Se, por um lado, Paragem do Tempo não corresponde a uma temática de relevância atual e de urgência, por outro lado, cumpre seu papel estético-cinematográfico com criatividade e profissionalismo.

Paragem do Tempo (Brasil, 52 min.)
Direção e roteiro: Carolina Berger


terça-feira, 23 de junho de 2009

IN-EDIT Brasil 2009

Festival internacional do documentário musical.
Programação: http://www.in-edit-brasil.com/pdf/tabela_programacao.gif

Um dos destaques da programação do In-Edit Brasil é o filme que narra o mítico show de Johnny Cash em Folsom Prison. Um acontecimento que marcou a carreira do artista e a consciência da indústria fonográfica.



Sessões:

27.06.09 – 3:00h - MIS

30.06.09 – 21.00h - CineSesc

03.07.09 – 22:00h - HSBC Belas Artes





quarta-feira, 17 de junho de 2009

DOC TV "O caminho do meio"


Por: João Daniel Donadeli

Desde que o Proálcool, Programa Nacional do Álcool, foi instituído, em 1975, pelo governo do presidente Ernesto Geisel, por causa da crise internacional do petróleo, cresceu exponencialmente a produção de cana-de-açúcar e o número de usinas.

O aumento da demanda de mão-de-obra foi uma decorrência natural, e trabalhadores começaram a migrar de seus Estados de origem para o corte de cana no interior de São Paulo, região de amplo cultivo.

A maioria dos trabalhadores estava entre 20 e 50 anos e vinha do norte de Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, regiões com alto índice de desemprego.

A modernização do maquinário de colheita e as novas exigências para a produção dos biocombustíveis, como não queimar a cana, que é necessário para a colheita manual, causou déficit de trabalho para os migrantes, que tradicionalmente eram absorvidos pela atividade.

O Caminho do Meio, um dos selecionados pela quarta edição do DOCTV, programa de incentivo à produção de documentários, vinculado ao Ministério da Cultura, busca revelar esse processo de migração, nesse novo contexto.

Para isso, o diretor André Amparo faz um recorte geográfico, elegendo o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, região de onde partem muitos dos migrantes da cana, e toma como base o depoimento dos trabalhadores e de seus familiares, que ficam à espera.

O documentário evita o tom de denúncia e contempla a análise que os próprios trabalhadores fazem sobre o processo de migração, atrelado, muitas vezes, à melhoria da condição financeira. Não são poucos os que voltam do corte da cana com recursos para investir na compra de casas, automóveis e motocicletas. O filme também faz esse movimento de partir e regressar.

Logo em sua abertura, somos surpreendidos pelas imagens da queimada da cana, que é espetacular; entretanto já fica explícita a impossibilidade de manter esse processo arcaico, que agride toda e qualquer proposta ecológica.

A cultura local, as festividades e a religiosidade dos populares dão ao filme uma atmosfera sertaneja de poucos recursos, mas de muita alegria.

A proposta estética adotada pelo diretor está vinculada, também, à busca de imagens contemplativas, que enriquecem o filme e conduzem o espectador a momentos de introspecção, entre um depoimento e outro.

Exemplos de imagens assim são a dos insetos voando ao redor de uma lâmpada, um show de luz e movimento; e a do garoto que tenta segurar o vento, espontaneidade sem igual.

Depois da partida dos trabalhadores, os que ficam pouco sabem desse local de onde vem o dinheiro que movimenta os vilarejos. As imagens captadas pelos trabalhadores, com câmeras e instruções dadas pelo diretor, revelam um pouco desse lugar imaginário e desconhecido.

Num momento em que se discute sustentabilidade e se busca um meio para frear a devastação do planeta, O Caminho do Meio propõe um novo olhar sobre os problemas socioambientais do agronegócio, levando em conta a opinião de grandes especialistas no assunto, os trabalhadores da lavoura.

O Caminho do Meio (Brasil, 52 min.)
Direção e roteiro: André Amparo


segunda-feira, 15 de junho de 2009

DOC LISBOA


Não percam as inscrições para o festival doclisboa de documentários.
http://www.doclisboa.org/premios.html