segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Festival de Gramado- Quase um Tango

Por: João Daniel Donadeli

A vida é como a casca de um ovo, uma hora quebra e derrama tudo.(personagem do filme)

Quem sabe que caminhos tomará nossas vidas, então estejamos de braços abertos para recebê-la, é o que sugere Sérgio Silva em seu novo longa metragem.
Acostumado aos filmes épicos como “Anahy de las missiones”(1997) que tem como tema a revolução farropilha o diretor dessa vez faz um filme com temática contemporânea.
Inspirado na Novelle vague Quase um tango revela um pouco da cultura rural riograndense e busca mostrar nossos medos e anseios diante do acaso.
O filme abre com um longo plano fixo de um lago com um pequeno barco a deriva, sugerindo nossa falta de controle sobre as possibilidades de nossas vidas.
Logo após somos apresentados ao camponês de vida simples e solitário com sua cuia de chimarrão e a companhia do Baio(cavalo).
Esse camponês é Batavo ( Marcos Palmeiras) um homem, que vive uma vida simples e solitária num sitio afastado da cidade esperando que a vida seja generosa com ele.
Com o passar dos dias procura uma família próxima para pedir a mão da “Prenda da casa” em casamento esperando que essa seja a solução para suas noites de angustia, mas uma desilusão após o casamento muda de vez a sua vida e sozinho migra para a cidade grande em busca de uma nova razão para viver.
Morando na cidade grande, mas sem perder os hábitos e simplicidade do campo, Batavo conhece Letícia (Vivianne Pasmanter) uma jovem inteligente e descontraída que conquista o coração do ex-camponês.
Após algum tempo vivendo na cidade casa-se com Letícia e vive uma vida maravilhosa trabalhando em seu armazém e paparicando a mulher que espera um bebê.
Tal como a vida que nos oferta as coisas mais impensáveis possível, o acaso reservava para Batavo muitas surpresas e pedia que ele as recebesse de braços abertos ao som de um tango.

Ficha técnica:
Quase um tango: Porto Alegre-RS, 2009 – 103 min HD – Ficção
Diretor:Sérgio Silva
Roteiro: Sérgio Silva
Elenco: Marcos Palmeiras, Vivianne Pasmanter

Palavras do diretor antes da estréia.
Quando questionado sobre o que o público poderia esperar de seu trabalho: "eu não tenho o que apresentar. É um filme sobre a simplicidade e os medos da vida. A gente tem medo de muita coisa. Do filho que pode nascer, da Influenza A e do Sarney".
Perfil do diretor:
Sérgio Silva, foi professor da Universidade federal do Rio Grande do Sul, no departamento de artes dramáticas e comunicação social. Foi membro do conselho estadual de cultura e crítico de cinema, além de ator, diretor teatral e cineasta. Dirigiu seu primeiro filme de curta metragem em 1969, realizando até o momento 19 filmes.

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